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Ruy Guerra nasceu a 22/08/1931 em Moçambique, colônia africana portuguesa às margens do Oceano Índico. Desde jovem foi um apaixonado pela palavra e pela imagem. Escreveu poesias, contos, criticas cinematográficas para a imprensa da capital Lourenço Marques; assíduo frequentador das matinês de cinema, filmou documentário sobre o cotidiano dos trabalhadores das docas desse porto importante da África Austral.
Aos vinte anos foi para Paris onde se formou cineasta. Desembarcou no Rio de Janeiro em julho de 1958; fez do Brasil seu país de adoção. Seus dois primeiros filmes – Os Cafajestes (1962) e Os Fuzis (1964, Urso de Prata de Berlim) – logo o tornaram conhecido no cenário cinematográfico brasileiro e mundial. Foi o primeiro cineasta do grupo do Cinema Novo a filmar fora do Brasil (França, em 1968).
No Rio de Janeiro dos anos 1960/1970 foi parceiro letrista de músicos jovens que se projetavam, entre outros Edu Lobo, Francis Hime, Milton Nascimento, Chico Buarque. Com o último escreveu e realizou o musical Calabar: o elogio da traição, proibido pela censura da ditadura militar em 1973. Ainda de Chico filmou o musical A Ópera do Malandro em 1985 e em 2000 o livro Estorvo. Foi o realizador que mais levou à tela trabalhos de Gabriel García Márquez, de quem ficou amigo desde 1972.
Andou meio mundo atrás de sua paixão por filmar; em meados de 1990 voltou a se fixar no Rio de Janeiro, onde nasceram e vivem seus 3 filhos e 3 netos.