Mas porquê, com que direito
exigir que os pássaros deixem de voar
as moscas não pousem mais no estrume
as flores mudem de aroma
tudo ao sabor amargo das minhas lágrimas
O riso continua vivo nos olhos das crianças
lábios descerram-se para cânticos
fogosos
marciais
irônicos
fraternos
O sol apagou o dia de chuva
Um caixão
velas
algumas coroas de flores
uma missa por alma
emoldurando o meu sofrimento e o de alguns
não chega sequer
para stopar o movimento dos vermes